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Planejamento agrícola: como usar o sensoriamento remoto e IA
O planejamento agrícola define as estratégias para o aumento do lucro da atividade rural com monitoramento de dados e uso de tecnologias da agricultura digital
planejamento agricola
SpectraX - 28 de março de 2025

Analisar dados no agronegócio nunca foi tão importante como o momento atual, de mercados globais competitivos, o que exige maior profissionalização do setor.

 

Tecnologias de agricultura de precisão e agricultura digital, sensoriamento remoto e IA (inteligência artificial) estão em expansão nas fazendas do Brasil e do mundo.

 

Segundo relatório da Markets and Markets, o mercado global de IA na agricultura deve alcançar US$ 4,7 bilhões até 2028.  


Uma das suas principais aplicações é no planejamento agrícola, proporcionando análises mais eficientes para maior sustentabilidade no agronegócio. Saiba mais neste artigo! 

 

 

O que é um planejamento agrícola?

 

É uma atividade de gestão do agronegócio que tem por objetivo criar estratégias para redução de custos operacionais, aumentar a produtividade e tornar o negócio mais sustentável.

 

Um bom planejamento agrícola deve ser feito com antecipação de 6 meses a 1 ano do início do plantio de uma lavoura, para assim dar tempo de fazer as análises necessárias para o bom desenvolvimento das atividades.

 

No campo, são vários fatores que devem ser analisados, sendo os principais deles o solo, a planta e o clima, que ano a ano se comportam de maneira diferente e necessitam de avaliações mais precisas sobre suas alterações ao longo do tempo.

 

Neste sentido, é essencial, por exemplo, a utilização de tecnologias de agricultura de precisão e mapas de variabilidade espacial e temporal dos vários aspectos da lavoura, como áreas de maior e menor rendimento, fertilidade do solo, manejo de pragas e doenças e eficiência da irrigação.

 

 

mapas de variabilidade espacial e temporal

 

Mapas de variabilidade espacial e temporal de áreas de produção de soja no Paraná

(Fonte: Embrapa) 

 

 

Ferramentas de análise geoespacial podem ser utilizadas para estas finalidades,sobretudo com os índices de vegetação obtidos por sensoriamento remoto por imagem de satélite ou drones, cujos dados podem ser correlacionados com vários atributos da lavoura.

 

Essas análises possuem impacto direto no planejamento das compras de insumos agrícolas (adubos, fertilizantes e defensivos), necessidade de mão de obra, maquinários, infraestrutura da fazenda, preço dos produtos, armazenagem e na logística de transporte.

 

Isso porque, ao realizar as compras de forma planejada, é possível, muitas vezes, obter melhores preços e descontos que favorecem a redução de custos de produção. Mas é necessário se atentar às tendências de mercado e saber comprar no momento certo.

 

 

Quais são os 4 tipos de planejamento rural?

 

Os tipos de planejamento rural são o técnico-produtivo, mercadológico, financeiro e estratégico.

 

1. Planejamento técnico-produtivo

 

O planejamento técnico-produtivo auxilia na definição dos ciclos da lavoura e na compra de insumos, como fertilizantes e defensivos, com base em mapas de variabilidade espacial e temporal.

 

A geração desses mapas exige conhecimento técnico e pode ser feita por meio de softwares como o QGIS, de plataformas na nuvem, como o Google Earth Engine (que utiliza Python e JavaScript), ou por meio de sistemas de agricultura digital.

 

Além disso, o uso de tecnologias como drones para monitoramento da lavoura possibilita análises mais detalhadas ao longo do ciclo produtivo.

 

Isso contribui para um melhor dimensionamento dos custos, equilíbrio do fluxo de caixa e maior eficiência na produção agrícola.

 

2. Planejamento mercadológico

 

Depois de analisar as necessidades da sua lavoura a curto e médio prazo, é hora de pesquisar o mercado e avaliar os preços dos insumos e cenários futuros que podem interferir nos valores, como taxa de câmbio, dólar, logística e disputas geopolíticas.

 

O mercado de insumos agrícolas é caracterizado por grande volatilidade dos preços, mas, mesmo num cenário de instabilidade, ainda sim é possível fazer avaliações mais precisas sobre qual a melhor época de realizar as compras a preços menores.


É necessário analisar dados históricos e situações que influenciaram os preços em outros momentos. Ferramentas de análise financeira baseadas em inteligência artificial podem ser muito úteis para tomada de decisão mais rápida e assertiva.

 

3. Planejamento financeiro

 

O planejamento financeiro passa pela análise do seu custo de produção e outros gastos da fazenda (funcionários, manutenção de maquinários, energia, etc.) e geração de receitas, visando um lucro mínimo e ao mesmo tempo satisfatório.

 

O lucro é a diferença entre a receita bruta (suas vendas) e o custo total (custo de produção + outros gastos da fazenda). Assim, lucro = receita bruta – custo total. Ele mostra o quanto de receita está disponível como lucro líquido após a dedução de todos os custos. 

 

Por isso, é fundamental acompanhar de perto essa métrica e buscar melhorias na gestão de custos, na produtividade e na eficiência, para que assim o seu lucro possa ser o maior possível.


Ter o auxílio de ferramentas de gestão rural para uma análise mais eficiente dos seus dados faz também uma grande diferença nos resultados finais, além de profissionalizar o seu setor financeiro como um todo.

 

4. Planejamento estratégico

 

O planejamento estratégico alinha o técnico-produtivo, mercadológico e o financeiro, para promover a redução de custos no agronegócio.

 

Ele é voltado para ações de médio e longo prazo, levando em consideração a análise de riscos referente aos preços dos insumos, commodities, clima e vendas.

 

Deve gerenciar riscos para situações específicas, como efeitos climáticos adversos, indisponibilidade de insumos ou queda de preços das commodities por conta do aumento da oferta, trabalhando, assim, com previsão de riscos agrícolas.


Nesse contexto, é imprescindível que o planejamento estratégico contenha a análise de riscos socioambientais, devendo este ser realizado de forma segura e com transparência nas informações, tendo em vista que eles são de grande relevância para o ESG no agro.

 

 

 

 

 

Como fazer o planejamento agrícola?

 

O planejamento agrícola pode ser feito em 4 etapas:

 

  1. Orçamento para o ano safra: é definido após o planejamento técnico-produtivo, onde estão os custos de produção e da fazenda, visando sempre equilibrar o fluxo de caixa. Ele vai tratar essencialmente do seu controle financeiro;

  2. Calendário de atividades: o ano agrícola deve ser executado conforme um calendário, para que assim seja feito de forma organizada. Precisa conter detalhes de todas as atividades e planos de ação em caso de imprevistos;

  3. Gerenciamento das atividades: o acompanhamento da realização das atividades precisa ser diário, para que elas ocorram conforme o planejado. Importante para isso é também o treinamento de pessoal, sobretudo em serviços mais qualificados;

  4. Automatização de processos: sua gestão nunca mais será a mesma após a digitalização dos processos (administrativos, financeiros, operacionais) e a automatização de muitos deles, sobretudo análise de dados.

 

Quanto mais você puder investir em processos automatizados de gestão, melhor para a sua sustentabilidade no campo.

 

Ferramentas com IA no agronegócio possibilitam análises muito mais aprofundadas para melhor tomada de decisão. Lembre-se de treinar seu pessoal, eles devem se manter atualizados e, sempre que puder, sugerir melhorias nos processos. 

 

Como usar o sensoriamento remoto e IA no planejamento agrícola

 

O sensoriamento remoto aliado à IA tem se tornado uma ferramenta essencial no planejamento agrícola, permitindo análises geoespaciais detalhadas para otimizar a gestão de fazendas e talhões.

 

Essas tecnologias possibilitam o monitoramento avançado das lavouras, utilizando tanto imagens de satélite quanto drones para coletar dados em grande escala.

 

Um exemplo prático desse avanço pode ser visto no uso da IA para prever a produtividade agrícola com base em índices espectrais.

 

Estudos de cientistas da SpectraX demonstram que sensores hiperespectrais podem capturar a reflectância das plantas em diferentes comprimentos de onda, identificando padrões que ajudam a estimar o rendimento da cultura e características importantes dos grãos.

 

Modelos de aprendizado de máquina, como Random Forest e Support Vector Machine (SVM), são capazes de processar essas informações e gerar previsões mais precisas para o planejamento da colheita e o manejo de insumos.

 

Além de fornecer dados sobre o crescimento das culturas, o sensoriamento remoto e a IA também auxiliam na detecção de estresse hídrico, doenças e deficiência nutricional, permitindo intervenções mais rápidas e assertivas.

 

Dessa forma, a integração entre sensoriamento remoto e IA transforma a agricultura em uma atividade cada vez mais preditiva e eficiente, garantindo tomadas de decisão mais embasadas e estratégicas.

 

 

Conclusão

 

O planejamento agrícola baseado em dados é essencial para aumentar a eficiência, reduzir custos e tornar a atividade rural mais sustentável.

 

Com o avanço das tecnologias de agricultura digital, sensoriamento remoto e inteligência artificial, os produtores podem tomar decisões mais assertivas e otimizar os recursos.

 

A integração de diferentes tipos de planejamento e o uso de ferramentas automatizadas ampliam a previsibilidade e o monitoramento da lavoura, garantindo melhores resultados.

 

Invista em um planejamento estratégico orientado por dados. Fale com um especialista da SpectraX e aprimore o seu planejamento agrícola.