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Como funciona o sensoriamento remoto na agricultura
Sensoriamento remoto na agricultura: veja como a coleta de dados à distância ajuda a ter maiores ganhos de eficiência e sustentabilidade no agronegócio
sensoriamento-remoto
SpectraX - 20 de março de 2025

O sensoriamento remoto é uma das principais tecnologias utilizadas para conhecer melhor as características espaciais de uma área agrícola. 

 

Sua principal vantagem é que ele permite obter dados e informações à distância, diariamente ou em intervalos curtos de dias, o que favorece a tomada de decisão mais rápida e assertiva.

 

Gestores de propriedades rurais, consultores agrícolas e instituições que trabalham diretamente com o agronegócio devem fazer o uso do sensoriamento remoto.   


Suas ferramentas, sistemas, dados e informações são de uso simples e de fácil interpretação. E na SpectraX você faz isso com apenas alguns cliques. Saiba mais!

 

 

O que é o sensoriamento remoto?

 

O sensoriamento remoto permite coletar dados sobre um objeto sem precisar tocá-lo.

 

Seu princípio básico é o de que cada objeto, ao ter contato com uma fonte de luz natural (Sol) ou artificial, reflete e emite a radiação eletromagnética (REM) de forma única, criando, assim, uma assinatura espectral que pode ser identificada e analisada.

 

A reflexão e a emissão da REM são captadas por sensores passivos e ativos.

 

Os sensores passivos (câmeras ópticas e sensores infravermelhos embarcados em satélites, drones, aviões, balões) captam a radiação oriunda do Sol e refletida pelos objetos.

 

O registro das informações ocorre nas faixas do visível, infravermelho próximo e parte do infravermelho térmico.

 

 

exemplo sensoriamento remoto

 

Exemplo de sensoriamento remoto com energia proveniente de luz natural (Sol) e registrado por sensores passivos embarcados em satélites

(Fonte: Formaggio e Sanches (2017)) 

 

 

Os sensores ativos (radares, scanners a laser, LiDAR) são os que emitem sua própria radiação e depois captam a refletida pelos objetos, o que permite obter dados mesmo sem a luz solar.    

 

Já a radiação emitida pelos objetos são captadas pelos sensores térmicos e micro-ondas e depende da temperatura e das propriedades do material. 

 

O sensoriamento remoto compreende ainda o processamento digital da imagem e a análise da informação nela contida, o que requer a integração com a geomática, a cartografia, a estatística, a computação, o reconhecimento de padrões e a inteligência artificial.


No contexto atual da produção agrícola, o sensoriamento remoto faz parte das geotecnologias de agricultura de precisão e constitui ferramenta essencial para observar a variabilidade dos diversos atributos de uma lavoura, como desenvolvimento das plantas, fertilidade do solo, umidade e temperatura.

 

 

Quais são os 4 tipos de sensoriamento remoto?

 

No sensoriamento remoto há 4 tipos de parâmetros: a resolução espacial, a resolução espectral, a resolução temporal e a resolução radiométrica.

 

1. Resolução espacial

 

A resolução espacial está relacionada com a capacidade de cada sensor em registar nas imagens os objetos da superfície terrestre. 

 

É definida como o menor objeto capaz de ser registrado e individualizado pelo sensor em cada imagem, sendo representada pelo tamanho do pixel (menor elemento da imagem), e medida em ground sample distance (GSD), que constitui a distância de captura entre os centroides de dois pixels consecutivos.

 

2. Resolução espectral

 

A resolução espectral é a variação da largura das bandas espectrais ou do comprimento de onda (medida em nanômetros - nm) e seu posicionamento ao longo do espectro da REM, sendo determinante para a identificação do alvo.

 

Quanto mais bandas, mais detalhada a resposta espectral de cada pixel.

 

3. Resolução temporal

 

A resolução temporal é relativa ao tempo que um mesmo ponto na terra leva para ser revisitado por um determinado sensor e se aplica a qualquer sensor de imageamento, não somente aos orbitais.

 

4. Resolução radiométrica

 

A resolução radiométrica, também chamada de resposta espectral, é a menor variação de intensidade possível detectada por um sensor e depende da relação sinal/ruído do sensor.

 

 

Vantagens do sensoriamento remoto

 

O sensoriamento remoto tem como principal vantagem a possibilidade de monitorar áreas à distância usando sistemas computacionais ou aplicativos de aparelho celular.  

 

Essas tecnologias permitem uma coleta de dados rápida e eficiente, tornando o sensoriamento remoto uma ferramenta essencial para gestores rurais, consultores e instituições que atuam diretamente no campo.

 

Confira as principais vantagens do sensoriamento remoto:

 

  • coleta rápida de dados em grandes áreas;

  • monitoramento contínuo de uma mesma área;

  • diminuição dos custos com deslocamento;

  • auxilia no monitoramento dos riscos climáticos (temperatura, chuva, vento);

  • ajuda a prevenir desastres naturais, como tempestades e furacões;

  • permite fazer análises sazonais, tendências de longo prazo e impactos humanos e naturais ao longo do tempo.

 

Tudo isso é possível graças à pesquisa científica, que ao longo de décadas tem introduzido técnicas e métodos inovadores, como o aprendizado de máquina (machine learning) e a inteligência artificial, permitindo, por exemplo, a classificação automática de imagens.

 

Além disso, o sensoriamento remoto é uma ferramenta multidisciplinar, sendo aplicado em diversas áreas do conhecimento, como agricultura, meio ambiente e planejamento urbano, impulsionando novas descobertas.

 

 

Como funciona o sensoriamento remoto na agricultura?

 

O sensoriamento remoto na agricultura funciona por meio da captação, pelos sensores, da REM refletida ou emitida pela vegetação (florestas ou lavouras agrícolas). 

 

A forma como a vegetação reflete ou emite a radiação eletromagnética é resultado da sua interação na estrutura interna das folhas.

 

A folha é envolvida pela epiderme, que possui uma cutícula impermeável. Entre suas camadas ficam as células do mesófilo, onde os cloroplastos armazenam clorofila, essencial para a fotossíntese.

 

 

estrutura interna de uma folha

 

Estrutura interna de uma folha

(Fonte: Ponzoni et al. (2012))

 

 

A interação da REM com a folha resulta em três fenômenos:

 

  • reflexão: quando a radiação chega na superfície;

  • absorção: processos internos;

  • transmissão: radiação que sai da folha. 

 

Esses fenômenos dependem das características físico-químicas da folha, sendo o principal a absorção da REM e a sua transformação em elementos químicos essenciais à sobrevivência da planta por meio da fotossíntese.

 

Grande parte da absorção da REM pela folha ocorre pelos pigmentos fotossintetizantes, sendo a principal a clorofila, e pela água existente no interior das células ou em lacunas intercelulares. 

 

 

interação da REM com a folha

 

Fonte: Formaggio e Sanches (2017)

 

 

Assim, o comportamento espectral da vegetação em imagens do sensoriamento remoto é muito influenciada pela morfologia, a composição e a estrutura interna das folhas.

 

Quanto mais específico for o alvo, mais precisa será a resposta espectral desejada. Por isso, é de grande importância a delimitação de área de interesse, para evitar a influência de alvos vizinhos na resposta espectral.

 

Além de captar a REM emitida pela vegetação, o sensoriamento remoto também registra a radiação refletida pelo solo e pela água, enriquecendo as informações para um manejo agrícola mais eficiente.

 

 

Índices de vegetação para o sensoriamento remoto da agricultura

 

Os Índices de Vegetação (IV) são ferramentas essenciais para analisar a saúde das plantas e da vegetação a partir de imagens obtidas de sensores embarcados em satélites, drones e outros equipamentos.

 

Eles são calculados com base na reflectância da luz em diferentes faixas do espectro eletromagnético, principalmente no visível e no infravermelho próximo.

 

Quanto mais densa for a cobertura vegetal, menor será a reflectância no visível, pois há mais pigmentos fotossintetizantes absorvendo luz.

 

Já no infravermelho próximo, ocorre o contrário: a vegetação reflete mais luz devido ao espalhamento nas camadas das folhas.  

 

Esses índices permitem estimar a cobertura vegetal de uma área e obter informações sobre biomassa, área foliar, porcentagem de solo exposto e atividade fotossintética.

 

No setor agrícola, eles são usados para monitorar o crescimento das culturas, detectar deficiências nutricionais, identificar estresse hídrico e acompanhar a produtividade das lavouras ao longo do tempo.  

 

Entre os índices mais conhecidos, dois se destacam:

 

  • Simple Ratio (SR): calculado pela razão entre a luz refletida no infravermelho próximo (NIR) e no vermelho (Red), sendo útil para estimar a biomassa. No entanto, em áreas com vegetação muito densa, o valor do SR pode aumentar sem limites, dificultando a análise.  

 

  • NDVI (Normalized Difference Vegetation Index): criado para resolver o problema do SR, o NDVI normaliza os valores entre -1 e 1. Quanto mais próximo de 1, mais saudável é a vegetação; valores abaixo de 0 indicam áreas áridas ou presença de água.

 

 

área agrícola monitorada com o NDVI

 

Área agrícola monitorada com o NDVI em imagem do satélite Sentinel-2

(Fonte: ESA (2025) 

 

 

Com o avanço da tecnologia, novos índices foram desenvolvidos com base nesses princípios, ajudando produtores rurais, pesquisadores e gestores ambientais a tomarem decisões mais precisas sobre o uso da terra e o manejo das culturas.

 

 

Como é usado o sensoriamento remoto na SpectraX

 

Na SpectraX, o sensoriamento remoto é a base para a criação de soluções avançadas em inteligência territorial.

 

Dados de satélites combinados com inteligência artificial são utilizados para monitorar o meio ambiente, a agricultura e a ocupação do solo com precisão. 

 

Isso permite que gestores do agronegócio tomem decisões rápidas e fundamentadas, reduzindo riscos e otimizando a produtividade.

 

A tecnologia da SpectraX possibilita o acompanhamento contínuo de áreas agrícolas, identificando variações ambientais que podem impactar a produção.

 

Além disso, é possível gerar relatórios de compliance e ESG, garantindo que as atividades estejam alinhadas com boas práticas ambientais e regulatórias.

 

Com uma infraestrutura robusta de processamento e armazenamento de dados, os relatórios gerados pela SpectraX são de fácil interpretação e acesso.

 

Com poucos cliques, consultores agrícolas, empresas e instituições do setor podem obter informações detalhadas para melhorar a gestão da terra e a sustentabilidade das operações.

 

O sensoriamento remoto na SpectraX transforma dados espaciais em conhecimento estratégico, unindo inovação, tecnologia e responsabilidade ambiental para impulsionar o futuro do agronegócio.

 

 

Conclusão

 

O sensoriamento remoto é uma ferramenta essencial para a agricultura moderna, permitindo a coleta de dados à distância para um monitoramento eficiente das lavouras.

 

Através de sensores passivos e ativos, é possível obter informações sobre a vegetação, o solo e as condições climáticas, auxiliando na tomada de decisões estratégicas.

 

Com o uso de índices de vegetação, os produtores podem avaliar a saúde das plantas e otimizar o manejo agrícola. Além disso, tecnologias avançadas, como inteligência artificial e aprendizado de máquina, tornam a análise mais precisa e acessível.

 

Na SpectraX, essas tecnologias são aplicadas para oferecer soluções em inteligência territorial, promovendo maior eficiência e sustentabilidade no agronegócio, de forma simples e fácil de usar.